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Projeto russo não prevê sanções contra regime sírio, aponta ministro

Após considerar inaceitável o projeto ocidental e árabe, a Rússia apresentou aos membros permanentes do Conselho de Segurança sua própria contraproposta de resolução sobre a situação humanitária na Síria

Moscou - O projeto russo de resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação humanitária na Síria não prevê ameaças de sanções contra o regime de Bashar al-Assad, declarou nesta quinta-feira (13/2) o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

[SAIBAMAIS]O projeto ocidental e árabe, rejeitado por Moscou, "tem a forma de um ultimato, há ameaças de sanções", indicou Lavrov em uma coletiva de imprensa. "Não podemos aceitar isso. Devemos nos concentrar em um trabalho concreto", ressaltou. A Rússia apresentou na quarta-feira aos membros permanentes do Conselho de Segurança sua própria contraproposta de resolução sobre a situação humanitária na Síria, depois de classificar de inaceitável o projeto ocidental e árabe.



Os ocidentais tentaram convencer nos últimos dias a Rússia a apoiar seu projeto de resolução, que exige um melhor acesso humanitário e "o levantamento imediato dos cercos" em várias cidades sírias, incluindo Homs (centro). Também critica os bombardeios aéreos do exército sírio contra civis, com mísseis Scud ou com "barris de explosivos", embora para convencer os russos também condene "os crescentes atentados terroristas" na Síria.

"A diferença entre a resolução que tentam adotar e nossa visão da situação é que fazem toda a responsabilidade recair sobre o regime sírio, e não prestam atenção suficiente aos problemas humanitários criados por ações dos rebeldes", afirmou Lavrov.

O projeto de resolução ocidental e árabe não é vinculante, nem prevê sanções automáticas caso o texto não seja respeitado. Mas, se isto ocorrer, o Conselho se reserva em um prazo de 15 dias a possibilidade de votar sanções contra os que "colocam obstáculos à ajuda humanitária" ou cometem atos violentos contra civis. A Rússia já bloqueou em três ocasiões, desde o início da crise síria, em março de 2011, resoluções que tinham como objetivo fazer pressão sobre o regime sírio.