O governo alemão espera que o crescimento econômico ganhe força este ano e no próximo, o que beneficiará a Europa como um todo, segundo um novo relatório publicado nesta quarta-feira (12/2).
"A economia alemã passou a uma recuperação ampla e estável", disse o ministro da Economia, Sigmar Gabriel, ao apresentar o relatório econômico anual do governo.
"Estimulado pela demanda doméstica, o PIB alemão cresceria 1,8% este ano. E em 2015, subiria ainda mais a 2%", disse Gabriel.
A alta, particularmente da demanda doméstica, "não é uma boa notícia apenas para a Alemanha, mas também para nossos parceiros europeus. Estamos nos aproximando de nossos objetivos de corrigir os desequilíbrios econômicos na zona do euro", afirmou o ministro. "As importações subirão mais rápido que as exportações este ano e isso reduzirá o balanço da conta corrente", explicou.
"O aumento das importações e dos investimentos estrangeiros ajudarão a recuperação econômica na Europa", disse Gabriel.
Os comentários foram feitos em meio a recentes críticas de que o poder econômico da Alemanha viria à custa dos membros mais fracos da zona do euro.
Os críticos dizem que a Alemanha precisa estimular a demanda doméstica e então, ajudar seus parceiros da UE, ao estimular o crescimento com base nas exportações em suas economias, ao invés de continuar se apoiando em suas próprias exportações para crescer.
Berlim tem persistentemente rebatido as críticas, argumentando que os altos superávits refletem a competitividade das empresas alemãs.
Gabriel afirmou que a atual força do mercado de trabalho desempenha "um papel importante para o dinamismo da demanda doméstica".
O desemprego na Alemanha está, atualmente, próximo ao menor nível histórico e os empregos estão subindo a um novo recorde, com a projeção de que o número de pessoas empregadas aumentará em 240 mil a 42,1 milhão este ano.
"O crescimento favorável e as perspectivas de lucros para as empresas estão levando a contratações e ao aumento de salários", afirma o relatório.
"Isso está se traduzindo em altas consideráveis na renda das famílias. Tendo em vista as condições favoráveis, as famílias estão ampliando seus gastos com consumo e com construção de casas".
As previsões da Alemanha foram levemente mais otimistas que as do Fundo Monetário Internacional e do Bundesbank, o banco central alemão, que preveem crescimento de 1,6% e 1,7% respectivamente este ano.
A poderosa federação industrial, BDI, está ainda mais otimista, projetando um crescimento de 2% já em 2014.
O ministro da Economia alertou, contudo, que também há riscos. Eles podem ser de natureza externa, como uma possível crise na Europa ou regulação insuficiente nos mercados financeiros.
Ele observou ainda que a Alemanha também tem desafios domésticos, como a falta de profissionais qualificados, os altos preços da energia e investimentos fracos tanto no setor público como no privado.