Milhares de pessoas foram às ruas de várias cidades da Venezuela nesta quarta-feira (12/2) para mostrar seu apoio ou oposição ao governo de Nicolás Maduro, em um contexto de inflação, insegurança e escassez de alimentos.
Estudantes simpatizantes da oposição, acompanhados de políticos, se reuniram na Praça Venezuela, no centro de Caracas, para criticar a política econômica de Maduro e exigir a libertação de universitários detidos nos últimos dias em protestos no interior do país.
Enquanto isso, milhares de pessoas vestidas de vermelho, a cor do chavismo, se reuniram em diferentes praças, em Caracas e em outros estados, para comemorar os 200 anos da chamada "Batalha da Vitória", na guerra de independência do país. Nessa data é comemorado o "Dia da Juventude", em homenagem aos que morreram em combate, e o evento deste ano foi transformado em um ato em defesa de Maduro.
"Não vamos nos ajoelhar. Eles podem se esforçar, mas vamos ver quem pode mais! Prenderam nossos estudantes, os queremos livres", disse David Smolansky, prefeito de El Hatillo e ex-líder estudantil, enquanto a multidão gritava "Vai cair, vai cair, este governo vai cair".
Vários estudantes foram detidos em Mérida (oeste), em manifestações contra a insegurança e a escassez de produtos básicos. A imprensa local e organizações estudantis estimam mais de dez presos, e informam que cinco jovens ficaram feridos na terça, depois que homens em motos abriram fogo contra os participantes do protesto.
Entre os governistas, predominava o apoio à Maduro e às suas medidas para combater a chamada "guerra econômica", apontada pelo governo como a responsável pela inflação anual de 56,35%, e pela falta de diversos alimentos e produtos.
A passeata chavista foi transmitida na íntegra pela televisão estatal, enquanto a dos opositores ganhou destaque em canais privados.
Na noite de terça, a Comissão de Responsabilidade Social do Rádio e da Televisão, órgão do governo que regula os meios de comunicação, advertiu que haverá sanções para os veículos que "promoverem a violência e o caos, em vez de incentivarem o diálogo".