Jornal Correio Braziliense

Mundo

Irã exige provas de acusações da Agência Internacional de Energia Atômica

Em um relatório de novembro de 2011, a agência internacional questionou as "possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano"

Teerã - O chefe da Organização iraniana de Energia Nuclear (OIEA), Ali Akbar Salehi, pediu nesta quarta-feira (12) para que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) apresente as provas das acusações sobre a possível dimensão militar de seu programa nuclear, indicou a agência de notícias Mehr. "Não aceitaremos nenhuma alegação da parte da AIEA, a menos que as provas das acusações sejam apresentadas e que nós saibamos quem forneceu estes documentos à AIEA", declarou Salehi.

"Nós afirmamos à AIEA (...) que ela não pode apresentar qualquer papel rasgado e dizer que tem provas de uma acusação (contra o Irã). É necessário que a autenticidade desses documentos seja provada", insistiu Salehi.


"Precisamos saber quem forneceu esses documentos à AIEA e recebermos em nossas mãos os originais desses documentos. Quando recebermos as provas da autenticidade desses documentos poderemos conversar com a agência", acrescentou.

Em um relatório de novembro de 2011, a agência internacional questionou as "possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano", baseando-se em "informações comunicadas por um Estado membro (...) e informações fornecidas por participantes de uma rede de abastecimento nuclear clandestina".

Na época, a AIEA entregou esses documentos para o Irã, que os rejeitou como sendo "fabricados", recusando-se a participar de qualquer discussão com a agência.



O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, afirmou em 31 de janeiro que gostaria de passar a discutir "coisas mais difíceis", como a delicada questão dos possíveis aspectos militares do programa nuclear de Teerã, em uma entrevista à AFP. "Nós certamente queremos incluir questões (relativas) à possível dimensão militar nas próximas etapas", declarou.

A agência tenta determinar se Teerã procurou desenvolver armas atômicas antes de 2003, ou depois.

O Irã e a AIEA, no entanto, realizaram no último domingo um novo avanço nas negociações com um acordo sobre "sete passos práticos" a serem aplicados até maio para tentar melhorar a transparência do seu programa nuclear.

Teerã está empenhado em explicar-se sobre o desenvolvimento de detonadores, "uma preocupação" devido a "sua possível aplicação em um dispositivo explosivo nuclear", segundo a AIEA.