Munique - A coleção de obras de arte de um alemão octogenário recluso e suspeito de possuir peças roubadas pelos nazistas é maior do que se pensava, afirmou seu porta-voz nesta terça-feira (11/2). Mais de 60 novas peças foram encontradas na casa de Cornelius Gurlitt na Áustria, entre elas obras de mestres como Picasso, Renoir e Monet, informou Stephan Holzinger.
Ele afirmou que depois de uma primeira inspeção não havia nenhuma indicação de que qualquer das obras recém-descobertas fosse proveniente de um saque nazista, um termo para obras de arte que o regime fascista roubou de proprietários judeus ou comprou por um preço muito menor sob coação.
O caso Gurlitt chegou às manchetes pela primeira vez no fim de 2013, com a notícia de que investigadores encontraram 1.400 obras de arte em seu apartamento em Munique, incluindo obras há muito tempo perdidas de mestres da pintura, incluindo também Matisse e Chagall.
Gurlitt, de 81 anos, é filho do negociante de arte Hildebrand Gurlitt, que adquiriu as pinturas nas décadas de 1930 e 1940 e que havia sido encarregado pelos nazistas de vender os quadros roubados e obras que o regime de Hitler considerava degeneradas.
A Alemanha recebeu críticas por sua lentidão na análise do caso. Embora as obras tenham sido encontradas no início de 2012, a descoberta espetacular só se tornou conhecida do público no ano passado através de uma reportagem. Nesta terça-feira (11), o porta-voz de Gurlitt declarou em um comunicado que "mais obras foram localizadas na casa de Cornelius Gurlitt, em Salzburgo".
"São mais de 60 obras, incluindo Monet, Renoir e Picasso", disse o comunicado. "A pedido de Cornelius Gurlitt, as obras estão sendo examinadas por especialistas para atestar se entre elas há arte roubada. Uma avaliação preliminar com base em uma triagem inicial não fundamentou tal suspeita", explicou.
Berlim declarou no mês passado que irá aumentar o financiamento ao projeto que têm por objetivo devolver a arte saqueada pelos nazistas aos seus legítimos proprietários, e pode convidar representantes judeus para se juntar a um corpo de mediação.