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China e Taiwan iniciam diálogo histórico pela primeira vez em 60 anos

Pequim e Taipé reivindicam separadamente a autoridade total sobre a China. Pequim considera que Taiwan pertence ao país e não desistiu da reunificação, até pela força se necessário



O idealizador do renascimento do partido Kuomintang (KMT) - o ex-inimigo nacionalista - foi reeleito em 2012 e defende um relacionamento com a China continental. Depois de contatos tímidos nos anos 1990, Taiwan e a China comunista superaram em 2010 uma etapa decisiva no caminho para normalização das relações, quando assinaram um acordo de cooperação econômica defendido por Ma Ying-jeou.

Mas o acordo e outros gestos de abertura, como a retomada dos voos diretos, foram negociados por organismos semioficiais, já que Pequim e Taipé ainda não têm relações diplomáticas. "Esta viagem tem implicações cruciais para o prosseguimento da institucionalização das relações entre as duas margens do Estreito de Formosa", declarou Wang no anúncio do encontro, no fim de janeiro.

"Como primeiro presidente do Conselho de Assuntos Continentais, sou consciente de que tenho uma grande responsabilidade e de que o caminho será longo", completou. O diplomata deve abordar fundamentalmente a criação de escritórios de negócios, a integração econômica regional e o acesso ao atendimento médico para os estudantes taiwaneses na China. Também pretende falar sobre a liberdade de imprensa.

Dependendo dos resultados do encontro, os dois lados poderiam definir uma reunião entre Ma Ying-jeou e o presidente chinês, Xi Jinping, destacou o cientista político George Tsai, de Taipé. A reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) de Pequim em outubro seria uma oportunidade ideal, segundo analistas.