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Começa cúpula da Aliança do Pacífico centrada na redução de tarifas

Bloco que reúne 212 milhões de habitantes e têm um Produto Interno Bruto (PIB) que representa 36% do total da América Latina, está orientado a estimular sinergias entre seus países membros

Cartagena - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, inaugurou nesta segunda-feira (10/2) a VIII Cúpula da Aliança do Pacífico, que deve selar um pacto comercial para deduzir 92% das tarifas do bloco, orientado a permitir a produção conjunta de bens e estimular o comércio com a Ásia.

O presidente colombiano foi acompanhado na cerimônia inaugural por seus pares Sebastián Piñera, do Chile; Enrique Peña Nieto, do México; Ollata Humala, do Peru e Laura Chinchilla, presidente da Costa Rica, cujo país se encontra em processo de adesão ao grupo.

[SAIBAMAIS]"Hoje vamos construir um acordo comercial transcendental que permitirá que 92% dos produtos não tenham tarifas", afirmou Santos na cerimônia de inauguração, na qual explicou que os 8% restantes acabarão em um período de até 17 anos.

Esta assinatura do protocolo do acordo marco para o fim das tarifas entre os membros da Aliança já tinha sido acordada na cúpula anterior de maio de 2013, celebrada na cidade colombiana de Cali.

O bloco, que reúne 212 milhões de habitantes e têm um Produto Interno Bruto (PIB) que representa 36% do total da América Latina, está orientado a estimular sinergias entre seus países membros para o comércio com a Ásia.

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"A grande diferença vai estar nos encadeamentos produtivos, em como vão conseguir trabalhar de mãos dadas um empresário colombiano e um chileno para exportar ao Peru", disse à AFP o ministro do Comércio, Indústria e Turismo colombiano, Santiago Rojas.

Rojas disse que esta forma de comércio também permitirá que os países associados possam aproveitar os acordos de livre comércio que algum membro tenha com terceiros, por exemplo, com os países da região Ásia-Pacífico.

Santos, presidente temporário do grupo até maio de 2014, quando o México assumirá, aproveitou seu discurso inaugural para se despedir do presidente do Chile, Sebastián Piñera, que realiza sua última viagem ao exterior antes de entregar o poder a Michelle Bachelet.

Um "dream team"

O presidente colombiano destacou na inauguração que o objetivo do grupo é avançar para algo que seja muito mais que um tratado de livre comércio.

"A Aliança do Pacífico é a menina dos olhos da região", afirmou Santos, que qualificou o grupo de o mais aberto da região, como um "Dream Team" (time dos sonhos).

Os países do pacto decidiram deixar fora deste acordo os produtos agrícolas considerados "sensíveis", como é o caso das importações de banana e café pelo México, ou da entrada de milho e feijão na Colômbia, que serão deduzidos em um prazo de até 17 anos.

"Isso tem a ver com os mesmos prazos que existem nos tratados entre Peru e Colômbia com os Estados Unidos, que são tratados muito recentes, que também têm a cláusula de nação mais favorecida, portanto se nos dessem (esse prazo) teriam que dá-lo aos Estados Unidos", explicou à AFP o chanceler chileno, Alfredo Moreno.

Costa Rica participa do encontro como país observador candidato a membro pleno deste mecanismo de integração regional.

O país já foi admitido na Aliança do Pacífico e está à espera da entrada em vigor dos tratados de livre comércio (TLC) que assinou com o México e a Colômbia. O grupo estabelece que, para ser membro pleno, é necessário ter tratados de livre comércio com cada um de seus integrantes.

"Faremos todo o possível para enriquecer e fortalecer este processo", disse Chinchilla na inauguração.

Caso o acordo seja assinado nesta segunda-feira, deverá passar a trâmite legislativo em cada um dos quatro países e, portanto, o corte das tarifas deve entrar em vigor em 2015.