Os confrontos entre manifestantes e policiais deixaram cerca de 150 feridos, 80 deles em Sarajevo e 50 em Zenica (centro). Em Tuzla (nordeste), foram registrados cerca de dez feridos, entre eles um manifestante e um policial em estado grave.
Esses protestos são os maiores nesta ex-república iugoslava desde o final da guerra de independência, de 1992-1995, e deixam em evidência a revolta da população com dirigentes às voltas com conflitos políticos e incapazes de recuperar uma economia devastada.
Em Saravejo, cerca de mil manifestantes "quebraram as janelas, incendiando as guaritas dos guardas e o interior do prédio" da administração regional, informou uma rede de televisão pública.
Os manifestantes também incendiaram a sede da Presidência, na capital, indicou a agência de notícias oficial Fena. As chamas chegavam ao segundo andar.
Na cidade de Tuzla, um dos líderes dos manifestantes, Aldin Siranovic, afirmou que a multidão queria a renúncia do governo nacional.
[SAIBAMAIS]"Há 25 anos que nos roubam e arruínam o nosso futuro. Queremos que saiam", gritou Siranovic diante da multidão.
"A revolta dos cidadãos", era a manchete desta sexta-feira do Dnevni Avaz, principal jornal do país. "A Primavera Bósnia", indicava o diário Oslobodjenje.
Este pequeno país balcânico de 3,8 milhões de habitantes, afetado por uma corrupção endêmica, é um dos mais pobres da Europa. O desemprego afeta 44% da população economicamente ativa, mas o Banco Central estima que o número de desocupados seja de 27,5%, pois muitas pessoas trabalham na clandestinidade.
A renda média mensal é de 420 euros, mas quase um em cada cinco bósnios vive na pobreza, segundo as estatísticas oficiais.