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Homs, a 'capital da revolução síria' esmagada por um longo cerco

A província de Homs faz fronteira com Líbano, Jordânia e Iraque, além de estar próxima a Damasco e de conectar o norte e o sul da Síria



A Força Aérea síria também tem bombardeado diariamente os setores rebeldes, principalmente a cidade antiga, o que permitiu ao Exército retomar o controle de diversos bairros em 2013.

Alguns bairros "irredutíveis" continuam sob o cerco das tropas leais ao regime. Foi dessas localidades que nesta sexta-feira os primeiros civis foram retirados, no âmbito de um acordo entre as duas partes em conflito, mediado pela ONU, pela primeira vez em mais de um ano e meio.

Entre os civis encurralados nesses bairros, estão 1.200 mulheres, crianças e idosos, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

[SAIBAMAIS]A província de Homs é a maior do país e a mais estratégica. Faz fronteira com Líbano, Jordânia e Iraque, além de estar próxima a Damasco e de conectar o norte e o sul da Síria.

Os combates também custaram a vida da jornalista americana Marie Colvin e do fotógrafo francês Remy Ochlik, mortos em 22 de fevereiro no bombardeio de um centro de imprensa improvisado no distrito de Baba Amr, reduto da contestação.

Nesta cidade dividida em bairros sunitas, alauítas, cristãos e mistos se concentram as tensões sectárias do país.

Os sunitas se consideram o verdadeiro povo de Homs e rejeitam os alauítas, um ramo do xiismo ao qual pertence o clã Assad. Estes começaram a chegar em maior número à região na década de 1960.

Terceira maior cidade da Síria, Homs também é o coração industrial do país, com refinarias de petróleo e campos de gás no oeste e no leste da cidade.