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Ban Ki-moon pede ao mundo que lute contra os ataques aos gays

O pedido do secretário-geral da ONU é uma resposta a lei russa que pune com multas e prisão a "propaganda" da homossexualidade para menores de idade



[SAIBAMAIS]"Devemos opor-nos às detenções, prisão e restrições discriminatórias que os gays enfrentam", completou o secretário-geral da ONU. Putin prometeu que os Jogos de Inverno serão receptivos a todos. Ao abordar o tema em um discurso na terça-feira em Sochi, o presidente do COI, Thomas Bach, declarou que todos devem lutar contra as discriminações com base na orientação sexual ou qualquer outro preconceito. "Mas o esporte não deve ser uma tribuna para dissidências políticas ou para tentar marcar pontos por motivos de contestação política interna ou externa", destacou Bach.

Na quarta-feira, a ONG de defesa do movimento LGBT (lésbicass, gays, bissexuais, transexuais) All Out organizou manifestações em 19 cidades do planeta, de Nova York a Melbourne, passando por Paris e São Petersburgo na Rússia (mas não em Sochi), dirigidas aos patrocinadores das Olimpíadas para que "saiam do silêncio sobre as leis anti-gays russas". Mais de 200 escritores, entre eles Salman Rushdie, Margaret Atwood e Jonathan Franzen, assinaram uma carta aberta publicada nesta quinta-feira no jornal britânico The Guardian para denunciar as leis russas.

Os autores acusam a Rússia de "asfixiar" a criatividade. Eles afirmam que a lei contra a "propaganda de relações sexuais não tradicionais", a recente proibição da blasfêmia, as penas maiores contra a difamação "colocam particularmente em perigo os escritores". "Uma democracia sadia deve ouvir as vozes independentes de todos os cidadãos. A comunidade internacional precisa ouvir e ser enriquecida pela diversidade das opiniões russas", completa a carta, assinada por escritores de 30 países, incluindo quatro vencedores do Nobel de Literatura (Gunter Grass, Wole Soyinka, Elfriede Jelinek e Orhan Pamuk).

"Pedimos às autoridades russas que revoguem estas leis que amordaçam a liberdade de expressão", afirma a carta. No texto, os autores prometem que não ficarão calados quando observam "nossos amigos escritores e jornalistas forçados aos silêncio ou expostos a processos e, às vezes, a penas drásticas pelo simples fato de compartilhar seus pensamentos".