O regime de Damasco "continua a desrespeitar os princípios humanitários básicos" para o fornecimento de ajuda, ao contrário dos combatentes da oposição democrática, que "fazem o máximo, às vezes correndo risco de morte", declarou nesta segunda-feira (3/2) o embaixador francês para a questão Síria, Eric Chevallier.
Após participar de uma conferência sobre a ajuda humanitária à Síria, em Roma, Chevallier, entrevistado pela AFP, fez um apelo para que a ajuda "possa entrar nas zonas cercadas, pelas fronteiras, quando for mais fácil".
O regime "cerca um certo número de áreas e a ajuda humanitária não chega a esses locais", declarou. Ele citou as discussões sobre a cidade de Homs durante a primeira rodada de negociações em Genebra.
"Ficou decidido que a ajuda humanitária deveria chegar a Homs: doze caminhões deveriam chegar ao centro dessa cidade", afirmou Chevallier.
"A oposição civil e combatente tem se comprometido a facilitar a chegada desse comboio, enquanto o regime decidiu bloqueá-lo e, pior, começou a negociar o número de pacotes de alimentos que poderiam passar, em uma espécie de negociação absolutamente macabra", insistiu o diplomata.
Em contrapartida, a oposição democrática "demonstrou sua seriedade" e tem "feito seu máximo em um contexto muito difícil", tendo que combater outros grupos além do regime, como o Estado Islâmico do Iraque no Levante (EIIL).
Segundo ele, o EIIL "tem ligações mais ou menos explícitas com o regime de Damasco".
"Sabemos, por exemplo, que aviões e helicópteros do regime sobrevoam as bases do EIIL sem serem atingidos", afirmou.
Para a segunda rodada de negociações, o diplomata francês pediu medidas para aliviar o sofrimento imediato do povo sírio, junto com a criação de um órgão de transição. Ele citou uma lista de 30.000 pessoas detidas arbitrariamente entregue pela oposição ao enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi.