Belo Horizonte ; As dificuldades são muitas, e o investimento é pouco, segundo cientistas, mas existe horizonte no Brasil para as pesquisas com métodos alternativos ao uso de cobaias vivas. Ainda em baixo número, grupos de pesquisadores desenvolvem testes de medicamentos usando sistemas in vitro, peles reconstituídas, estratégias computadorizadas e até humanos, esses últimos em estágios mais avançados e seguros de avaliação de reações. As metodologias não eliminam totalmente o uso de animais de laboratório, mas são um caminho em busca do que a ciência chama de os três erres da experimentação animal: replace, reduce e refine (substituição, redução e refinamento).
Dados disponíveis no site da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam alguns exemplos do que já tem sido praticado no Brasil, apesar de o país ainda não ter um órgão para validar as pesquisas alternativas. Foi na Fiocruz, em 1997, que a bióloga Cátia Inês Costa começou a substituir a forma tradicional de pesquisa para avaliar a potência das vacinas contra a hepatite B. A cientista substituiu aos poucos os testes de inoculação da vacina em camundongos por ensaios in vitro, até que, em 2002, relatou não precisar mais de animais. Segundo a pesquisadora, com isso, evitou-se o sacrifício de cerca de 4 mil camundongos por ano.
Há quase 10 anos, um grupo do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) adotou como prioridade estudar essas alternativas. Uma das descobertas é que o sangue humano conservado em meios específicos também serve para detectar a contaminação de medicamentos por vírus e substâncias tóxicas, o que sugere a dispensa de testes em coelhos no futuro. Quem atesta é o biólogo pesquisador do INCQS/Fiocruz Octavio Presgrave, um dos principais estudiosos da área no Brasil.
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