Damasco - A distribuição de ajuda alimentar para os habitantes de Yarmuk, o acampamento palestino do sul de Damasco, há sete meses sitiado pelo Exército sírio, continuou nesta sexta-feira, pelo segundo dia, informou a ONU.
O porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), Chris Guness, disse que um novo comboio conseguiu entrar no acampamento nesta sexta.
"O pessoal da UNRWA distribuiu 980 rações, contra 1.026 na véspera, totalizando 2.144 desde 18 de janeiro", quando o primeiro comboio pôde entrar em Yarmuk, explicou.
Cada porção é suficiente para dez dias, atendendo a uma família de oito pessoas.
Segundo Guness, milhares de pessoas precisam dessa ajuda, incluindo 18 mil palestinos.
O Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH) informou que 87 pessoas morreram de fome e pela ausência de cuidados médicos nesse acampamento desde o início do cerco militar.
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Yarmuk foi criado pela ONU em 1948 para acolher os palestinos que fugiram da então primeira guerra árabe-israelense. Ao longo dos anos, transformou-se em um bairro residencial e comerciais, mas continua a ser chamado de "acampamento" Yarmuk.
Em 2011, quase 150 mil palestinos e 150 mil sírios viviam ali. Quando a guerra atingiu Damasco, em 2012, milhares de moradores de outras partes da capital buscaram refúgio em Yarmuk pela calmaria que reinava no bairro.
[SAIBAMAIS]Pouco depois, porém, Yarmuk se tornou um campo de batalha. Alguns palestinos apoiaram os rebeldes, enquanto outros, como a Frente Popular de Libertação da Palestina, passaram a lutar ao lado do regime sírio.
Em junho de 2013, o Exército sírio impôs um cerco total a esse bairro de 2 km;. Segundo relatos de moradores ouvidos via Internet, para muitos, a refeição se restringe a comer gatos e cachorros.