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Atriz Scarlett Johansson deixa ONG por polêmica campanha israelense

"O papel de Johansson promovendo a empresa SodaStream é incompatível com seu cargo de embaixadora mundial da Oxfam" anunciou a Oxfam em um comunicado

A SodaStram é uma multinacional israelense especializada na fabricação de aparelhos de gaseificação de bebidas para particulares. Tem uma fábrica em uma área industrial da Cisjordânia, na zona da colônia de Maale Adumim, perto de outros assentamentos localizados em Jerusalém Oriental.

Mais de 360 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia e cerca de 200.000 nas zonas de colonização de Jerusalém Oriental. A comunidade considera que todas as colônias nos territórios palestinos ocupados são ilegais, independentemente do fato de terem ou não sido autorizadas pelo governo israelense.

Para Omar Barghuti, membro fundador do movimento Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS) nos territórios palestinos ocupados, a Oxfam teria que ter feito Johansson abandonar seu cargo sem esperar sua renúncia, diante de "sua óbvia cumplicidade com a justificativa das violações israelenses do Direito Internacional".

"O critério duplo da Oxfam é imperdoável", estimou. "Scarlett Johansson decidiu conscientemente se converter no novo rosto da ocupação e do apartheid israelenses", acrescentou. Este caso ilustra os crescentes êxitos do movimento BDS, cujos apelos para boicotar Israel se inspiram na campanha internacional que levou à queda do regime racista do apartheid na África do Sul.

Uma das personalidades mais comprometidas com o BDS é Roger Waters, membro fundador do grupo de rock progressivo Pink Floyd, cuja música "The Wall" se converteu no hino da luta contra a barreira de segurança israelense, chamada de "muro do apartheid" pelos palestinos. Waters convocou outros músicos a não se apresentarem em Israel, em nome do boicote cultural.