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Morsy é julgado no Cairo por ter fugido da prisão em revolução de 2011

O presidente deposto pode ser condenado à morte caso seja considerado culpado de fuga da prisão com a cumplicidade



Morsy e os demais réus, entre eles dezenas de membros do Hamas e do Hezbollah julgados à revelia, são acusados de fugir da prisão, em plena revolta contra Mubarak, se aproveitando dos ataques de membros destas organizações e da Irmandade Muçulmana contra as prisões. Vários policiais morreram e milhares de detidos fugiram nesses ataques.


Morsy, detido logo após sua deposição, deve responder por mais quatro acusações, três das quais passíveis de pena de morte. Em sete meses, mais de mil manifestantes pró-Morsy foram mortos na repressão implacável dos policiais e soldados, enquanto milhares de islamitas foram presos, incluindo quase todos os líderes da Irmandade Muçulmana, movimento ao qual Morsy pertence.

No final de dezembro, a Irmandade foi declarada uma "organização terrorista" após um ataque contra a polícia reivindicado por um grupo jihadista do Sinai, sem ligação conhecida com o movimento. Essa península desértica se tornou desde a destituição de Morsy um cenário quase diário de ataques contra as forças de ordem, que perderam dezenas de homens em sete meses.

No sábado, o mesmo grupo jihadista, o Ansar Beit al-Maqdess, que diz se inspirar na Al-Qaeda, afirmou ter derrubado um helicóptero do Exército. E os ataques, incluindo com carros-bomba, chegaram a atingir o Cairo, abalado por cinco explosões no último fim de semana. A imprensa, que apoia o Exército e a Polícia, reitera a retórica da "guerra contra o terrorismo" e no sábado, por ocasião do terceiro aniversário da revolta que derrubou Hosni Mubarak do poder, milhares de egípcios se reuniram na simbólica praça Tahrir em favor de Sissi.