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NSA usa aplicativos de smartphones para coletar dados do usuário

Segundo o "New York Times", que se baseia nesses documentos, cada vez que alguém utiliza um aplicativo em seu smartphone, o programa expõe a localização do usuário, ou sua lista de contatos

Washington - A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e sua correspondente britânica, Sede das Comunicações do Governo (GCHQ), coletam dados sobre usuários de aplicativos baixados nos smartphones, seja pelo Facebook, seja pelo Google Maps, informou o jornal "The New York Times" nesta segunda-feira (27/1).

Depois de expor a coleta de dados das comunicações telefônicas - por SMS (torpedos), ou nas plataformas de jogos online -, novos documentos vazados pelo ex-analista de Inteligência Edward Snowden revelam novos detalhes sobre a capacidade operacional da NSA.

[SAIBAMAIS]Segundo o "New York Times", que se baseia nesses documentos, cada vez que alguém utiliza um aplicativo em seu smartphone, o programa expõe a localização do usuário, ou sua lista de contatos - dados esses que a NSA e o GCHQ britânico recuperam em seus programas de vigilância.

Um relatório citado pelo jornal afirma que todas as atualizações do sistema operacional Android enviam para a rede dados sobre o histórico do telefone e de seu uso. Essa informação é coletada pelas agências de inteligência.

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Consultada pela AFP, a agência voltou a se defender, alegando que "as comunicações das pessoas que não são alvos estrangeiros válidos não interessam à NSA".

A agência "não elabora um perfil dos americanos comuns. Apenas interceptamos as comunicações autorizadas pela lei por razões de vigilância e de contraespionagem dos alvos estrangeiros, quaisquer que sejam os meios técnicos usados por esses alvos", afirmou a porta-voz da NSA Vanne Vines.

Essa vigilância dos aplicativos nos smartphones é descrita como uma "pepita de ouro", em um documento da NSA que data de 2010.

Apenas para 2007, a agência americana teria desembolsado US$ 767 milhões para esse programa, quatro vezes mais do que no ano anterior, de acordo com outro documento citado pelo "Times".