México - O poeta José Emilio Pacheco, vencedor do prêmio Cervantes 2009 e um dos escritores mais queridos do México, morreu no domingo (26/1) aos 74 anos em um hospital da Cidade do México onde estava internado desde sábado (25/1). "Com enorme pesar tenho que dizer que meu pai morreu há 20 minutos. Foi embora muito tranquilo, em paz", declarou sem conseguir conter as lágrimas sua filha Laura Emilia Pacheco à imprensa que aguardava fora da clínica.
[SAIBAMAIS]Laura Emilia confirmou que seu pai faleceu vítima de uma parada cardiorrespiratória no Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, ao sul da capital, onde foi internado na manhã de sábado por causas que não foram reveladas inicialmente pela família. A também escritora explicou que na sexta-feira Pacheco havia terminado sua habitual coluna "Inventario" para o semanário Proceso, que nesta ocasião estava dedicada ao seu amigo, vizinho e poeta Juan Gelman, falecido há apenas algumas semanas, no dia 14 de janeiro na Cidade do México.
No fim de semana a família havia se limitado a informar que o estado de saúde de Pacheco era delicado, sem se referir às versões da imprensa, que diziam que havia batido com a cabeça em uma queda, mas na tarde de domingo Laura Emilia explicou que na sexta-feira o poeta "foi dormir e já não acordou". "Isso é tudo", concluiu Laura Emilia, convidando para uma despedida do poeta em uma homenagem pública realizada pelo "El Colegio Nacional" nesta segunda-feira.
Pacheco era um dos escritores mais queridos e admirados do México por sua simplicidade, discrição e por uma extensa e elogiada obra poética, embora um de seus trabalhos mais lidos tenha sido o romance "Batallas en el desierto" (1981). Reconhecido por seu jeito franco e sua humildade, recebeu distinções como o Prêmio Reina Sofía de Poesia Ibero-Americana (2009) e o Prêmio Cervantes (2009).
Nos últimos anos, Pacheco reduziu suas aparições públicas por problemas de saúde, precisando utilizar uma cadeira de rodas para se deslocar, mas suas conferências sobre literatura ou história e suas leituras públicas de poesia continuavam atraindo muitos seguidores.