Havana - O dissidente cubano e ex-preso político José Daniel Ferrer, preso na sexta-feira (24/1) depois de se reunir com diplomatas europeus em Havana, foi libertado este domingo próximo a sua casa no outro extremo da ilha, informou um ativista.
"Levaram-no a Santiago de Cuba e pouco antes do meio-dia (15H00 de Brasília) o soltaram próximo a seu domicílio", disse à AFP Elizardo Sánchez, líder da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação, que é ilegal, embora tolerada pelo governo.
[SAIBAMAIS]Ferrer, que lidera em Santiago de Cuba, 900 km a sudeste de Havana, a chamada União Patriótica de Cuba, foi preso na sexta-feira em Havana próximo à casa de Sánchez, segundo este ativista.
Ferrer tinha anunciado sua intenção de participar na terça-feira de um fórum de ativistas opositores em Havana paralelo à cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).
As opositoras Damas de Branco denunciaram este domingo que uma centena de suas ativistas foi presa para serem impedidas de se manifestar durante a cúpula e o dissidente Guillermo Fariñas afirmou estar sob prisão domiciliar.
Contudo, cerca de cinquenta Damas de Branco puderam fazer sua caminhada semanal de protesto este domingo pela Quinta Avenida de Miramar, oeste de Havana, sem interferência da polícia, constataram jornalistas da AFP.
Fariñas e a líder das Damas de Branco, Berta Soler, pretendem participar do fórum opositor paralelo.
Em Cuba, toda oposição é ilegal e o governo considera os dissidentes como mercenários a serviço dos Estados Unidos.