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Líder de protestos morre baleado durante eleições tumultuadas na Tailândia

A oposição defende a ideia de adiar as eleições para realizar reformas, através de um "conselho do povo" durante a transição.

Bangcoc - Um dos líderes das manifestações antigovernamentais na Tailândia, Suthin Tharathin, morreu baleado nete domingo em Bangcoc, anunciou a oposição.

O assassinato de Tharathin aconteceu em um dia de votação antecipada para as eleições legislativas do próximo domingo. Suthin Tharathin, um dos líderes do Dhamma Army, um dos grupos mais radicais do movimento antigovernamental tailandês organizado em torno de Suthep Thaugsuban, morreu baleado na cabeça.

"Ele foi baleado quando fazia um discurso em cima de uma caminhonete", informou Akanat Promphan, porta-voz dos manifestantes. Uma pessoa morreu e nove ficaram feridas em um ataque contra os manifestantes, confirmou, por sua vez, o centro de pronto socorro Erawan.

Suthin Tharathin é a décima vítima fatal na Tailândia desde que começaram as manifestações contra o governo no final de 2013.

Os manifestantes tiveram êxito em sua intenção de perturbar a votação antecipada pelo governo e, em Bangcock, 19 das 50 seções eleitorais foram fechadas pela comissão eleitoral ante a ação dos integrantes opositores.

"Os responsáveis pelas seções eleitorais não puderam entrar por causa dos manifestantes", explicou Puchong Nutrawong, secretário-geral da comissão eleitoral.

[SAIBAMAIS]

"Estou aqui para impedir que as pessoas votem", explicou, por sua vez, Amornchock, manifestante de 64 anos, que bloqueava o acesso a uma seção eleitoralna capital.

Cerca de 2 mil manifestantes impediu o acesso a 15 seções na capital, segundo a polícia. "Não me oponho à democracia, não sou contra as eleições, mas elas devem ser justas", acrescentou o manifestante.

A oposição defende a ideia de adiar as eleições para realizar reformas, através de um "conselho do povo" durante a transição.

O manifestantes, que formam uma oposição heterogênea, ligada às elites de Bangcoc, aos ultra-monarquistas e aos habitantes do sul, exigem há mais de dois meses a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra e o fim do sistema político que chamam de "sistema Thaksin", em referência ao irmão de Yingluck. Thaksin é associado a uma onda de corrupção generalizada e acusado de manipular a irmã de seu exílio, em Dubai.

O ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra está exilado desde 2006, quando foi derrubado por um golpe militar. Mas continua sendo o personagem central da política tailandesa, o que provocou sucessivas crises políticas entre seus partidários e críticos.

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Na segunda-feira passada, dezenas de milhares de manifestantes lançaram uma operação de bloqueio da capital para intensificar a pressão sobre o governo.

Em uma tentativa de sair da crise, Yingluck Shinawatra convocou eleições antecipadas para o dia 2 de fevereiro. Agora ela deve se renir com a comissão eleitoral na próxima terça-feira e poderá se ver obrigada a anunciar um adiamento das eleições.