Juba - O governo sul-sudanês acusou neste sábado (25/1) os rebeldes de romper o cessar-fogo menos de 24 horas depois de sua entrada em vigor o que poderá acabar com as esperanças de acabar com o conflito.
"Fui informado esta manhã que as forças rebeldes continuam atacando nossas forças", afirmou o ministro da Informação Michael Makuei.
"Nossas forças terão de se defender", disse ainda, acrescentando, no entanto, que o governo continua comprometido com o acordo.
[SAIBAMAIS]Apesar do cessar-fogo que entrou em vigor na sexta-feira, foram reportados combates "esporádicos" entre o governo do Sudão do Sul e forças da oposição, informou a ONU.
O presidente Salva Kiir afirmou que o conflito será resolvido via diálogo pacífico e fez um apelo aos deslocados para que voltem para seus lares.
As Nações Unidas informaram que os dois lados cometeram "atrocidades" no conflito que eclodiu em 15 de dezembro e acredita-se que tenha deixado milhares de mortos.
Quase 700 mil pessoas foram retiradas de suas casas, segundo o último balanço publicado pela ONU. Nesta sexta, a organização estimava em 76 mil o total de pessoas acolhidas em suas oito bases instaladas no país, o número mais alto desde o início das hostilidades.
Desde 15 de dezembro, o Sudão do Sul está mergulhado em confrontos entre as forças leais ao presidente Kiir e tropas fiéis ao ex-vice-presidente Machar, demitido em julho. O conflito já deixou milhares de mortos. Segundo observadores, o número de óbitos pode chegar a pelo menos 10 mil.
Depois de longas e cansativas negociações em Adis Abeba, sob a mediação da organização regional Igad, os dois lados do confronto assinaram, finalmente, na quinta-feira à noite, um cessar-fogo que entrou em vigor na sexta-feira.
O conflito no Sudão do Sul se origina nas antigas rivalidades políticas e étnicas, herdadas da longa guerra civil (1983-2005) que dividiu o território antes da secessão do Sudão do Sul, em julho de 2011.