Bangcoc - O líder dos protestos da oposição tailandesa, que quer impedir as eleições de 2 de fevereiro, escreveu uma carta ao presidente Barack Obama afirmando que os protestos populares são "pró-democracia".
Suthep Thaugsuban, que esta semana ameaçou bloquear os acessos a todas as seções eleitorais, afirmou que seu movimento não é antidemocrático, segundo carta dirigida ao presidente americano e postada neste sábado em seu Facebook oficial.
Ante as manifestações e a violência das últimas semanas, o conselho ministerial decidiu adotar o estado de exceção para lidar com a situação e garantir que a lei seja cumprida, segundo afirmou na terça-feira passada o vice-primeiro-ministro Surapong Tovichakchaikul.
Os manifestantes, de uma oposição heterogênea, ligada às elites de Bangcoc, aos ultra-monarquistas e aos habitantes do sul, exigem há mais de dois meses a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra e o fim do sistema político que chamam de "sistema Thaksin", em referência ao irmão de Yingluck. Thaksin é associado a uma onda de corrupção generalizada e acusado de manipular a irmã de seu exílio, em Dubai.
O ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra está exilado desde 2006, quando foi derrubado por um golpe militar. Mas continua sendo o personagem central da política tailandesa, o que provocou sucessivas crises políticas entre seus partidários e críticos.
Na segunda-feira passada, dezenas de milhares de manifestantes lançaram uma operação de bloqueio da capital para intensificar a pressão sobre o governo.
Em uma tentativa de sair da crise, Yingluck Shinawatra convocou eleições antecipadas para o dia 2 de fevereiro, mas os manifestantes se negam a participar.