Juba - Os rebeldes liderados pelo ex-vice-presidente do Sudão do Sul, Riek Machar, afirmam ter sido atacados nesta sexta-feira (24/1) por militares, que negam, poucas horas após a entrada em vigor de um cessar-fogo para acabar com os combates no país. Um dia após a assinatura da trégua em Addis Abeba, as duas partes em conflito deram informações contraditórias sobre a situação no campo de batalha, enquanto os milhares de deslocados temem deixar os acampamentos em que se refugiaram.
"A situação está tranquila", declarou a repórteres o porta-voz militar Philip Aguer, que garante "não ter ouvido falar de qualquer combate". O porta-voz do Governo, Ateny Ateny Wek, também afirmou que os dois lados "retornaram para as suas posições" e que "não há combates desde ontem", quinta-feira. Desde 15 de dezembro, o Sudão do Sul é palco de combates entre as forças do presidente Kiir e forças leais ao ex-vice-presidente Machar.
O conflito causou milhares de mortes e meio milhão de deslocados. No início de janeiro, os dois lados iniciaram negociações de paz em Adis Abeba, sob a mediação da organização regional IGAD, e quinta-feira à noite assinaram um cessar-fogo. A guerra no Sudão do Sul tem sua origem em antigos conflitos políticos e étnicos, heranças da longa guerra civil (1983-2005) com o Sudão. O Sudão do Sul tornou-se independente em 2011.