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Manifestantes ocupam ministério no centro de Kiev e continuam protesto

Reunião entre governo e líderes da oposição terminou com poucas concessões



Não foram registrados confrontos depois do anúncio deste fracasso e a calma persistia na manhã desta sexta-feira (23) na rua Grushevski, onde foram registrados violentos confrontos nos dias anteriores. Os manifestantes, obedecendo às instruções de seus líderes, trabalharam durante toda a noite para ampliar os limites do acampamento entrincheirado levantado ao redor da praça há dois meses.

Em poucos minutos, ergueram uma nova barricada com sacos de neve de três metros de altura na rua Institutska. O boxeador Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição, convocou os manifestantes na noite de quinta-feira a "ampliar o território da Maidan enquanto o poder não nos escutar". Klitschko destacou que a única concessão prometida na quinta-feira pelo presidente foi "uma promessa de libertar todos os militantes e de suspender a pressão se não houver confronto".

"Várias cidades do oeste se rebelaram hoje. Haverá mais amanhã. Nós devemos fazer o possível para que toda a Ucrânia se rebele", declarou ante os manifestantes. Em Lviv, reduto dos nacionalistas pró-europeus no oeste da Ucrânia, onde os manifestantes ocuparam o conselho regional na quinta-feira, foram erguidas barricadas nesta sexta-feira e foi instalado um palco no centro da cidade.

Milhares de manifestantes ocuparam as administrações dos governos de várias regiões de língua ucraniana que apoiam o movimento de contestação. Além de Lviv, onde os manifestantes impedem que o governador nomeado pelo chefe de Estado trabalhe, foram constatadas ocupações em Ternopil, Rivne, Jmelnitsky (oeste) e Cherkassy (centro). Em nível diplomático, foram feitos vários apelos por diálogo na quinta-feira.

A UE obteve garantias de que o governo ucraniano não decretaria estado de emergência e anunciou uma visita de Catherine Ashton, chefe da diplomacia da comunidade, na próxima semana. O vice-presidente americano, Joe Biden, advertiu Yanukovytch que, se a violência continuar, haverá consequências nas relações bilaterais. A Rússia, que concedeu à Ucrânia um plano de resgate financeiro de 15 bilhões de dólares, prometeu que não irá intervir nos assuntos internos da Ucrânia.