Washington - Milhares de ativistas contrários ao aborto enfrentaram um frio glacial nas ruas de Washington, nesta quarta-feira (22/1), para participar da "Marcha pela Vida", em ocasião do 41; aniversário da legalização do aborto nos Estados Unidos. Como acontece todos os anos, neste evento, que é considerado o maior do mundo contra o aborto, os manifestantes se reuniram na esplanada do Congresso, em frente ao Capitólio, e em seguida marcharam até a Suprema Corte de Justiça.
Na procissão, manifestantes - muitos vestindo amarelo, cor da marcha - exibiam cartazes com as frases "Parar o aborto" ou "Escolher a vida". "Depois de um ano, tivemos grandes conquistas e alguns grandes fracassos, porém mais e mais pessoas se declaram pró-vida", afirmou Baronkin Valerie, de 57 anos, originária da Carolina do Sul (leste).
Em um tuíte enviado na quarta-feira (22), o papa Francisco deu seu apoio à marcha: "Rezo pela Marcha pela Vida de Washington. Que Deus nos ajude a respeitar sempre a vida, em especial a dos mais frágeis", escreveu o chefe da Igreja Católica. O presidente americano, Barack Obama, reiterou seu apoio à decisão da Suprema Corte e "ao princípio que a guia: o direito de toda mulher a tomar suas próprias decisões sobre seu corpo e sua saúde".
Há 41 anos, com a histórica sentença no caso "Roe vs Wade", a mais alta corte do país legalizou o aborto. O aborto é um tema delicado na política americana. Nos últimos anos, seus opositores impuseram restrições, tanto em nível nacional quanto estadual, buscando dissuadir as mulheres de interromper a gravidez e dificultam o funcionamento de clínicas que prestam este serviço. Segundo o Instituto Guttmacher, 22 estados votaram em 2013 setenta artigos de leis neste sentido.