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Cerca de 800 imigrantes tentam entrar no encrave espanhol de Melilla

Desde a tarde de terça-feira (21/1), o serviço de vigilância da Espannha registrava movimentos em massa de imigrantes africanos no Monte Gurugú, em Marrocos

Madri - As autoridades espanholas impediram nesta quarta-feira (22/1) a entrada de cerca de 800 imigrantes ilegais da África subsaariana pelo Marrocos no enclave de Melilla, anunciou a Guarda Civil. Desde a tarde de terça-feira (21/1), o serviço de vigilância espanhol registrava "movimentos em massa de imigrantes africanos no sopé do Monte Gurugú, em Marrocos, que correram em determinado momento em direção à cerca da fronteira", informou a Guarda Civil em um comunicado.

Diferentes grupos "foram se unindo à medida que se aproximavam da fronteira, formando um grande bloco de cerca de 800 pessoas", guiadas pelos chamados "anciãos" que conhecem o terreno e seus obstáculos, explicou a mesma fonte. Durante toda a noite, os imigrantes se dispersavam e se reagrupavam, na tentativa de "se aproximar do cercado", antes de se renderem às autoridades espanholas, acrescentou o comunicado.



Essas tentativas de atravessar a fronteira são frequentes em Melilla, enclave espanhol que, juntamente com o outro enclave de Ceuta, é a única fronteira terrestre entre a África e a Europa. Para tentar impedir esses ataques de imigrantes da África sub-saariana via Marrocos, a Espanha aumentou ao redor da cidade um muro de sete quilômetros de comprimento e sete metros de altura, equipado com câmeras de vigilância e outros sensores.

Há alguns meses, Madri decidiu reinstalar "para reforçar a segurança" um arame farpado em cima do muro - algo que havia sido suprimido em 2006 - provocando protestos de organizações de defesa dos direitos humanos e da oposição socialista. Em 5 de novembro, um imigrante morreu durante quando tentava atravessar a fronteira junto a outras 200 pessoas depois de cair do topo do muro.