Washington - O ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, assegurou ter atuado "sozinho" nas revelações sobre o vasto programa de espionagem americano e rejeitou as acusações segundo as quais trabalharia como espião para a Rússia.
"Esta ideia de ;espião russo; é absurda", declarou Snowden, que é procurado pelos Estados Unidos e que permanece asilado na Rússia, durante uma entrevista ao jornal New Yorker.
Segundo a entrevista, o ex-analista da NSA declarou "de maneira clara e sem ambiguidade" ter agido "sozinho, sem a ajuda de ninguém, e menos ainda a de um governo". Legisladores americanos sugeriram no domingo que Snowden poderia ter tido a ajuda de uma potência estrangeira.
"Acredito que devemos responder a perguntas interessantes, o que naturalmente levaria a acreditar que os russos tinham algum envolvimento, pelo menos em parte" no caso da fuga de Snowden, disse Mike Rogers, presidente da Comissão de Investigação da Câmara dos Deputados.
"Tudo, desde a maneira como ele preparou sua fuga, o seu itinerário, até o modo como rapidamente chegou a Rússia" levanta questões, considerou o republicano à CBS.
"Eu acho que foi ajudado por outros", declarou no mesmo dia à ABC Michael McCaul, presidente da Comissão de Segurança Interna da Câmara, acrescentando que não acredita que Snowden "teria os meios para fazer o que fez sozinho".
Snowden se defendeu destas alegações e lembrou ao New Yorker que antes de receber asilo na Rússia passou mais de um mês no aeroporto de Moscou. "Os russos devem tratar melhor os seus espiões", disse ele.
Snowden acrescentou que "nunca acreditou que a Rússia" seria o país que lhe daria asilo. "Eu só estava passando pela Rússia", indicou. "Eu tinha que continuar a minha viagem com escala em Havana", "mas o Departamento de Estado decidiu que eu deveria ficar em Moscou e cancelou o meu passaporte", concluiu.