Maher, estudante de Medicina, chegou há cinco meses de Raqa, cidade do norte em poder de jihadistas. "Não tenho muita esperança", diz, enquanto come um waffle junto com sua noiva, deslocada de Homs (centro). Genebra II "vai terminar sem resultado algum, ainda mais se o Ocidente tentar impor uma solução", acrescenta esse jovem sunita de 24 anos.
Sua noiva, Maha, é mais pessimista. "A Síria nunca voltará a ser como antes. Acho que não haverá reconciliação porque houve sofrimento demais", acrescenta.
Omar, um padeiro em Bab Tuma, está feliz por ter deixado há um ano o campo palestino de Yarmouk, em Damasco, hoje assediado pelo Exército sírio. "Estamos cansados. Precisamos de um verdadeiro milagre em Genebra", afirma o ex-contador de 31 anos.
"Ambas as partes têm que deixar o ego de lado. Do contrário, a paz é impossível", assegura ele, enquanto prepara ;mankoush;, um tipo de pão sírio.
Há aqueles que seguem os argumentos do regime ou criticam a oposição.
"Esperamos a vitória para nós e nosso presidente", declara um homem em Maryé, bairro do centro da capital. Nessa área, centenas de famílias se refugiaram em hotéis baratos.
"Tudo isto vai acabar quando os terroristas saírem do país", declara Amjdad, um idoso deslocado de Yarmouk, referindo-se aos rebeldes.
"Com quem nossos governantes vão dialogar?", pergunta Malek, no bairro popular de Sarouya, perto de Maryé. "A coalizão não representa ninguém", afirma.
Já no bairro de classe média alta de Rawda, Hussam, um estudante de dramaturgia diz ter tomado uma decisão: "Se eu sentir que nada mudou depois da conferência, vou deixar a Síria".