Beirute - O ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri, que vive no exílio na França desde 2011, afirmou em uma entrevista estar disposto a formar um governo com membros do partido xiita Hezbollah, que participa junto ao regime sírio dos combates contra os rebeldes.
O anúncio de Hariri, que dirige a coalizão pró-ocidental e anti-síria chamada 14 de Março, é uma brusca mudança de posicionamento em relação a suas recentes declarações contra o Hezbollah, acusado no final de dezembro de assassinar em Beirute um de conselheiros, Mohamad Chatah.
Em uma entrevista exibida na segunda-feira (20/1) pela Future TV, Hariri declarou, no entanto, que os ministros do Hezbollah em um futuro governo de coalizão não deveriam ter direito de veto. Desde a renúncia do primeiro-ministro Najib Mikati, em março de 2013, o Líbano está paralisado politicamente e profundamente dividido entre partidários e opositores do regime sírio de Bashar al-Assad.
"Tomei esta decisão (de aceitar um governo com o Hezbollah) pelo bem do Líbano", disse Hariri. O Hezbollah, aliado do regime sírio, reconheceu em meados de 2013 ter enviado homens para lutar contra os rebeldes junto às forças governamentais.