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Mais de 100 mil pessoas assassinadas a cada ano na América Latina, diz ONU

O diplomata chileno considerou "preocupante" a situação da América Central, cujo caso mais grave seria Honduras, com 86,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes

Cidade da Guatemala - Mais de 100 mil pessoas são assassinadas por ano na América Latina, apesar dos avanços da região na redução da desigualdade, lamentou nesta segunda-feira (21/1) o sub-secretário-geral da ONU, Heraldo Muñoz, na Guatemala.

"A região se estabeleceu firmemente no cenário internacional e avança na redução da pobreza e da desigualdade, com crescimento econômico e estabilidade financeira, no entanto, alguns desafios persistem, como a violência, com mais de 100 mil homicídios por ano", afirmou Muñoz.

"A maioria dos países da América Latina tem taxas de homicídio com níveis de epidemia, segundo uma classificação da Organização Mundial da Saúde, e os custos humanos e sociais dessa violência são demasiadamente altos", disse o funcionário, que apresentou na Guatemala um informe de Desenvolvimento Humano 2013-2014 da região.



O diplomata chileno considerou "preocupante" a situação da América Central, cujo caso mais grave seria Honduras, com 86,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes, enquanto na Guatemala a taxa é de 34 homicídios a cada 10 mil. Muñoz, também diretor para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), explicou que o Uruguai investe 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para combater a violência, o índice mais baixo da região, enquanto Honduras gasta 10,5% do PIB.

O diretor regional do PNUD destacou que o tráfico de drogas e o crime organizado representam uma ameaça para a estabilidade democrática da região, e ressaltou que a principal preocupação dos habitantes é a insegurança, na frente do desemprego e da situação econômica. O relatório, chamado de "Segurança Cidadã com Rosto Humano: diagnóstico e propostas para a América Latina", foi divulgado numa apresentação especial, com a presença do presidente da Guatemala, Otto Pérez.