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Novo ataque talibã mata 13 perto de QG do Exército paquistanês

Atentado suicida mata 13 pessoas e deixam outras 18 feridas

Islamabad - Pelo menos 13 pessoas morreram, e 18 ficaram feridas nesta segunda-feira (18/1) em um atentado suicida reivindicado pelos talibãs perto do quartel-general do Exército paquistanês na periferia de Islamabad.

Trata-se do segundo ataque deste tipo em dois dias.

O Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP, Talibãs do Paquistão) assumiu a autoria do ataque, assim como a do atentado a bomba no domingo, no qual 26 soldados morreram, e outros 25 ficaram feridos no noroeste do país, de acordo com o balanço oficial mais recente. Essa foi uma das investidas mais letais contra o Exército local nos últimos anos.

O ataque desta segunda, 20 de janeiro, aconteceu pouco antes das 8h (1h de Brasília), em um mercado de Rawalpindi, perto da capital. É uma zona de alta segurança por sua proximidade do quartel-general do Exército (cerca de 1 quilômetro), considerado a instituição mais poderosa do país.

O atentado foi cometido por um camicase que chegou de bicicleta e continuou a pé, disse à imprensa Sajid Zafar Dall, um alto funcionário do governo local.

"Pelo menos seis soldados e sete civis morreram, e outras 18 pessoas estão feridas", declarou o responsável pela polícia local, Haroon Joya.




O TTP é ligado à Al-Qaeda e realiza, desde 2007, uma violenta reação contra o governo paquistanês, denunciando sua aliança estratégica com os Estados Unidos. O grupo também exige a instauração de um regime islâmico radical.

No domingo, o porta-voz dos talibãs paquistaneses, Shahidullah Shahid, havia advertido que o TTP cometeria outros ataques "contra o regime secular do governo".

[SAIBAMAIS]De acordo com Shahid, o ataque de domingo teve como objetivo vingar as mortes de Hakimullah Mehsud e Waliur Rehman, números um e dois do TTP, respectivamente. Os dois foram mortos no ano passado por lançamentos de aviões não tripulados ("drones") americanos na zona tribal do Waziristão do Norte, principal bastião do TTP perto da fronteira com o Afeganistão.

Esses episódios fazem temer uma nova escalada de violência do TTP, a qual havia registrado uma queda nos últimos meses.