Para Michelle Obama, trata-se, em princípio, de um plano limitado para uma brilhante advogada, formada com mérito nas universidades de Princeton e Harvard, após a infância em uma família modesta de Chicago.
Quando seu marido foi eleito vereador local, e depois congressista nos anos 2000, "era ela que tinha de longe o melhor salário", disse à AFP Liza Mundy, sua biógrafa, autora de "Michelle Obama, First Lady".
Vice-presidente de um hospital em Chicago, a mulher de Obama deixou o cargo em 2007, no início da primeira campanha de seu marido à presidência.
Embora brilhasse com luz própria, Michelle decidiu deixar sua estrela de lado na chegada à Casa Branca, em 2009, quando evocou sua vontade de ser antes de tudo a "mãe-em-chefe" de suas filhas, em uma alusão bem-humorada ao posto de comandante-em-chefe do presidente.
De corpo musculoso, esculpido pela intensa prática de exercícios físicos, essa mulher alta e elegante se tornou um ícone da moda. Suas escolhas de roupa já deram muito o que falar, tanto os vestidos prêt-à-porter de preço mais acessível quanto os espetaculares vestidos de gala, prestigiando criações de jovens estilistas americanos.
Ativismo a serviço do marido
Pouco a pouco, Michelle começou a abraçar causas de seu interesse, como a luta contra a obesidade infantil e o apoio às famílias dos militares. Segundo Watson, esses dois temas "se inscrevem nas prioridades de seu marido" - a reforma da saúde e o fim da presença militar americana no Iraque -, mas também são "muito cautelosos".
A senhora Obama, com popularidade de cerca de 65%, 20 pontos a mais do que o marido, protagonizou uma ativa campanha para ele em 2012 e fez um elogiado discurso na Convenção do Partido Democrata. Seu ativismo político permanece exclusivamente a serviço do presidente. Se ela tem opiniões políticas, guarda para si.
Michelle disse à revista "People" que presta especial atenção à sua saúde e, apesar de não ter vontade de se submeter a nenhuma cirurgia estética, aprendeu a "nunca dizer nunca".
Para Liza Mundy, sua prudência formal pode ser uma das principais críticas a Michelle. "Não tenho a impressão de que tenha revolucionado o papel de primeira-dama", afirmou a biógrafa, lembrando que, por exemplo, "não fala sobre as desigualdades raciais".
Watson acredita, por sua vez, que a primeira-dama já represente "um símbolo da destruição de barreiras raciais", capaz - graças a seu carisma - de gerar admiração das "donas de casa brancas que não têm nem amigas, nem vizinhas negras".
"Isso é o que permanecerá dela na história", acredita.
Michelle vai comemorar o aniversário cercada de amigos e de familiares neste fim de semana, em uma festa na Casa Branca.