Genebra - A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, advertiu nesta quinta-feira (16/1) aos grupos armados da oposição síria que as execuções em massa observadas no norte do país podem ser consideradas crimes de guerra.
"Nas duas últimas semanas recebemos informações sobre uma sucessão de execuções em massa de civis e de combatentes desmobilizados em Aleppo, Idlib e Raqa pelas mãos de grupos armados radicais da oposição na Síria, em particular o Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL)", afirma a Alta Comissária no comunicado. A funcionária lembra que estes atos "podem constituir crimes de guerra" e que seus autores podem ser processados pela justiça.
"Embora os números exatos sejam difíceis de verificar, as informações confiáveis arrecadadas de testemunhas visuais afirmam que desde o início do ano muitos civis e combatentes nas mãos de grupos extremistas da oposição armada foram executados", indica o comunicado divulgado em Genebra.
O Estado Islâmico do Iraque e Levante, vinculado à Al-Qaeda, enfrenta desde o início de janeiro grupos de rebeldes islamitas e moderados, que até então eram aliados na luta contra o regime. Estes voltaram agora suas armas contra o EIIL, fartos de sua vontade de hegemonia e das agressões que realizam.
"Convoco todas as partes em conflito a respeitar rigidamente suas obrigações em virtude do direito internacional, e lembro que todas as pessoas envolvidas em crimes graves devem se responsabilizar", acrescentou Navi Pillay.