Paris - Os Estados Unidos e a Rússia pediram nesta segunda-feira (13/1) um "cessar-fogo limitado" na Síria antes da conferência de Paz prevista para o dia 22 de janeiro, mas se mostraram divididos em relação à participação do Irã na reunião.
[SAIBAMAIS]Em uma coletiva de imprensa conjunta, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e o enviado especial da Liga Árabe e da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, pediram a participação do Irã nesta conferência, chamada de Genebra II. Já o secretário americano de Estado, John Kerry, cujo país era até então contrário à presença da República Islâmica, evocou a eventual presença do Irã, afirmando que está convidado e que será bem-vindo desde que aceite os princípios da transição política na Síria, definidos na primeira conferência realizada em Genebra no dia 30 de junho de 2012.
Os três advogaram também a favor de "trocas de prisioneiros" entre a rebelião e o regime sírio, assim como a criação de "corredores humanitários" na Síria. "Discutimos hoje a possibilidade de tentar encorajar um cessar-fogo, talvez um cessar-fogo começando por Aleppo", no norte do país, disse Kerry. Em relação ao Irã, o secretário de Estado sustentou que Teerã ainda "tem que decidir se apoia a aplicação do comunicado de Genebra I", de junho de 2012, que prevê um governo de transição dotado de todos os poderes.
Lavrov, cujo país apoia o regime sírio, reiterou que "está claro que o Irã e a Arábia Saudita devem participar da conferência", que começará em Montreux (Suíça) no dia 22 de janeiro e que continuará depois em Genebra. Brahimi, que já convidou a Arábia Saudita, mas que não enviou nenhum convite ao Irã, insistiu, por sua vez, na "importância deste país na região, e repetiu que deseja sua participação no encontro".