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Vice-ministro é assassinado na Líbia e confrontos mortíferos continuam

É a primeira vez que um membro do governo é morto desde a queda do regime de Kadhafi

Trípoli - A Líbia foi atingida na madrugada deste domingo pelo primeiro assassinato de um membro do Governo desde a queda do regime de Kadhafi, e o sul do país foi palco de confrontos tribais que deixaram 27 mortos. O vice-ministro líbio da Indústria, Hassan al-Drui, morreu baleado em Sirte, 500 km a leste de Trípoli, segundo fontes médicas e de segurança.

O Governo líbio denunciou em um comunicado "um ato criminoso covarde" e afirmou que "não poupará nenhum esforço para perseguir e julgar os autores" deste assassinato.

O vice-ministro morreu "na madrugada deste domingo quando visitava sua cidade natal, Sirte", explicou uma fonte dos serviços de segurança sob condição de anonimato. "Desconhecidos armados dispararam uma rajada de balas contra Drui", disse à AFP.

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Outra fonte do hospital Ibn Sina de Sirte indicou que o vice-ministro havia sido baleado várias vezes em diferentes partes do corpo.

Trata-se do primeiro assassinato de um membro do governo de transição instaurado após a queda do regime de Muanmar Kadhafi, morto em outubro de 2011, e ilustra a debilidade do Estado e a incapacidade das autoridades para restabelecer a ordem e a segurança no país.

Drui havia sido membro do Conselho Nacional de Transição, braço político da rebelião que derrubou Kadhafi, e foi nomeado vice-ministro da Indústria pelo primeiro chefe do governo de transição, Abdelrahim al Kib, em novembro de 2011.

27 mortos em combates tribais

Este assassinato coincidiu com confrontos no sul do país entre tribos rivais que deixaram ao menos 27 mortos e 72 feridos em Sebha e nas localidades próximas de Murzeq e Al-Shati, segundo um comunicado do governo.

Fontes locais explicaram que os combates explodiram após a morte na quinta-feira do chefe de uma milícia da tribo árabe de Awle Sleiman, que acusa a tribo dos tubus de ser a autora do crime.

Na manhã deste domingo foram registrados novamente confrontos violentos, segundo testemunhas, que explicaram que o exército e a polícia se mobilizaram na cidade e que no início da tarde havia uma relativa calma. O governo informou que um "comitê de sábios" havia entrado em contato com as partes para tentar colocar fim a estes confrontos.

Estes são os combates mais importantes registrados entre as duas tribos desde o cessar-fogo alcançado em março de 2012 para colocar fim a confrontos que deixaram quase 150 mortos.

Os tubus vivem entre a Líbia, o norte do Chade e o Níger, e denunciam sua marginalização da sociedade líbia.

Outras tribos os acusam frequentemente de contar com combatentes estrangeiros, sobretudo do Chade, entre suas fileiras. As tribos árabes denunciam a inação do governo diante diante de uma invasão estrangeira, em meio à ausência de um exército nacional que pudesse colocar ordem no país.