A agência nacional de ciências da Austrália emitiu um raro pedido de desculpas para uma menina de sete anos que pediu que os cientistas fizessem para ela um dragão cuspidor de fogo, mas no fim das contas eles acabaram presenteando a pequena com uma miniatura em titânio da criatura mítica.
A menina, chamada Sophie, escreveu uma carta endereçada a um "querido cientista" da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade Britânica (CSIRO), na qual pediu educadamente que os pesquisadores criassem para ela um dragão de estimação.
"Eu o chamarei Banguela se for menina e Stuart, se for menino", escreveu Sophie, prometendo alimentar o bichinho com peixe cru e brincar com ele quando estivesse fora da escola.
Banguela é o nome de um dragão amigo de um adolescente viking na coleção de livros infantis "Como treinar seu dragão", adaptada para o cinema. Stuart é o nome do pai da menina.
O pedido de Sophie deu origem a um incomum pedido de desculpas da instituição, fundada há 87 anos, que admitiu "ter perdido algo". "Não há dragões", destacou a agência em um post publicado em seu site esta semana.
"Ao longo dos últimos 87 anos, não conseguimos criar um dragão ou ovos de dragão", explicou, acrescentando, no entanto, que seus cientistas já tinham estudado libélulas (;dragonfly;, em inglês) e chegaram, inclusive, a medir a temperatura corporal do lagarto ;Ctenophorus fordi; (conhecido na Austrália como ;mallee dragon;).
"Mas nosso trabalho nunca se aventurou no campo dos dragões do tipo mítico, cuspidor de fogo. E por isso, Austrália, nós sentimos muito", acrescentou a organização, agradecendo a Sophie por alimentar a imaginação dos cientistas e prometendo pesquisar o tema.
A carta teve um final de conto de fadas nesta sexta-feira (10/1) quando a CSIRO anunciou que, graças à carta de Sophie, "um dragão nasceu".
"Não poderíamos simplesmente sentar e não fazer nada. Afinal de contas, nós prometemos a Sophie que iríamos em busca disso", explicaram os cientistas em um novo post.
"Uma impressão tridimensional de Banguela em titânio veio ao mundo no Lab 22, nossa fábrica em Melbourne", acrescentaram.
O dragão elétrico azul e cinza, pequeno o suficiente para caber na palma da mão, encontra-se atualmente em trânsito entre Melbourne e a casa de Sophie, em Brisbane, continuou a CSIRO.
A mãe de Sophie, Melissah Lester, contou que a filha havia pedido um dragão de Natal, e que seu pai, Stuart, lhe disse que não seria possível, incentivando a filha a entrar em contato com um cientista que pudesse ajudá-la. "Ela é uma menininha muito sonhadora e desde pequena é obcecada com dinossauros e dragões", contou a mãe à emissora ABC.
"Nós esperávamos que, ao escrever para a CSIRO, eles pudessem retornar dizendo que seria impossível, mas as coisas não terminaram assim", concluiu.