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Acusações contra filha do rei da Espanha serão mantidas, diz juiz

Esta é a segunda vez, em menos de um ano, que a filha caçula do rei enfrenta a possibilidade de ser julgada, fato inédito para um integrante da família real na história democrática da Espanha



Esta é a segunda vez, em menos de um ano, que a filha caçula do rei enfrenta a possibilidade de ser julgada, fato inédito para um integrante da família real na história democrática da Espanha. De acordo com o advogado de Cristina, Miguel Roca, a defesa está preparando o recurso para interpor na Justiça. "A infanta quer que se faça justiça. Isto é uma coisa séria, em que estão em jogo direitos, interesses e avaliações", disse Roca.

[SAIBAMAIS]Desde o final de 2001, a Justiça da Espanha investiga o marido de Cristina, Iñaki Urdangarín, e seu ex-sócio, Diego Torres, pelo desvio de mais de 6 milhões de euros em fundos públicos dos governos das Ilhas Baleares - um arquipélago no Mar Mediterrâneo que pertence à Espanha - e da província de Valência, no Leste do país.

Esses fundos foram adjudicados entre 2004 e 2007 ao Instituto Nóos para a organização de cinco eventos, para os quais não foi feita licitação. Parte do dinheiro foi usada para gastos da Aizoon - que pertence à infanta e ao marido.

Em abril deste ano, o juiz José Castro encontrou 14 indícios de cumplicidade presumida e colaboração necessária de Cristina de Borbón com as atividades ilícitas do marido. No processo, o juiz descreve a empresa dos membros da família real como uma "sociedade criada para desviar fundos apropriados ilicitamente". Apesar dos indícios, a defesa recorreu da decisão de Castro.

Nos meses seguintes, por meio do rastreamento minucioso de contas, cartões de crédito, propriedades e declarações fiscais da infanta Cristina, o juiz encontrou novos indícios. Segundo ele, o casal usou verba da Aizoon para gastos estritamente pessoais, como viagens ao exterior, presentes, decoração, pagamento de empregados, entre outros. Para o magistrado, esses gastos não declarados podem constituir delito à Fazenda Pública.