A associação ecologista Sea Sepherd informou nesta segunda-feira (6/1) ter localizado uma frota de navios baleeiros japoneses e constatado que quatro baleias foram mortas em um "santuário" do oceano Antártico.
As três embarcações da Sea Sepherd começaram a perseguir os cinco navios japoneses, entre os quais está o navio-fábrica Nisshin Maru, para interromper sua operação e fazer com que se retirem, informou a associação em um comunicado.
A Sea Sepherd difundiu um vídeo na internet, gravado a bordo de um helicóptero, no qual se podia ver três baleias de Minke na cobertura do Nisshin Maru e uma quarta sendo destroçada.
"Há três ossadas no barco e uma quarta sendo cortada. Há sangue por todo lado, carne sobre a cobertura e as entranhas e os despojos são lançados ao mar", disse o presidente da Shepherd Australia, Bob Brown. "É uma cena cruel, sangrenta e medieval que não tem cabimento neste mundo moderno", acrescentou.
A associação assegurou que o Nisshin Maru havia sido localizado inicialmente em águas territoriais neozelandesas, o que constituía "uma violação total da legislação internacional".
Mas o ministro neozelandês de Relações Exteriores, Murray McCully, desmentiu que a caça tenha sido realizada no âmbito de sua jurisdição marítima e afirmou que a zona implicada correspondia a águas territoriais.
No entanto, ele condenou esta caça "inútil e ofensiva". "O governo da Nova Zelândia pediu em várias oportunidades ao Japão que ponha fim a este programa. Hoje repetimos esta mensagem", declarou.
Um encarregado da agência japonesa de pesca declarou "ignorar a existência de um santuário baleeiro" e recusou-se a comentar as acusações do presidente da Sea Shepherd Austrália.
Os navios da organização tinham partido da costa da Austrália em meados de dezembro para a décima campanha no oceano Antártico, dias depois de os baleeiros japoneses abandonarem os portos do arquipélago.
As capturas dos baleeiros japoneses, cujas atividades se destinam oficialmente à "pesquisa científica", atingiram os menores níveis na temporada passada, devido a operações de ambientalistas.