Autor de Russia;s islamic threat (A ameaça islâmica da Rússia), Gordon M. Hahn lembra que, em 2009, a rede Dagestan Vilaiyat (DV), ligada ao Emirado do Cáucaso, prometeu ;infligir horrores; nos Jogos Olímpicos de Sochi. Um ano depois, a facção criou uma unidade de mártires suicidas, incluindo russos, e os enviou para o Daguestão. Em outubro passado, os mujahedine foram deslocados, pela primeira vez, a Volgogrado. Em julho de 2013, o emir Abu Usman Dokku Umarov, líder do Emirado do Cáucaso, cancelou uma moratória de ataques a civis e clamou por operações em Sochi. ;Os incidentes em Volgogrado poderiam ser o início de uma campanha terrorista que atingiria seu pico antes ou durante as Olimpíadas de Inverno. Ou uma tentativa de desviar a atenção, ante o planejamento de uma grande explosão em Moscou;, afirmou, por e-mail.
Longe de ser aleatória, a escolha de Umarov por Volgogrado teria o peso simbólico de um desafio aberto a Putin. A cidade, chamada de Stalingrado até 1961, foi palco de uma decisiva batalha na Segunda Guerra Mundial que matou 1,2 milhão de pessoas e terminou com a derrota dos alemães. ;Os extremistas pretendiam demonstrar suas possibilidades ao escolherem o local. Com um passado heroico, Volgogrado representaria um ato de humilhação para o Kremlin;, explica Lilia Shevtsova, chefe do Programa de Política Doméstica Russa do Carnegie Endowment for International Peace (em Moscou). Os grupos aliados da rede Dagestan Vilaiyat gozam de boas conexões e de infraestrutura própria, na cidade. Para a jornalista Yulia Yuzik, autora de Brides of Allah (;Noivas de Alá;, um livro sobre as mulheres-bomba chechenas), o terceiro ataque em três meses teve objetivo político. ;Os terroristas queriam mostrar a total incapacidade das autoridades em garantir a segurança e revelar como os serviços de inteligência de Putin são deficientes;, observa.
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