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Secretário americano encontra premiê israelense em clima de pessimismo

O chefe da diplomacia americana desembarcou no início da tarde em Tel Aviv antes de se encontrar com o premiê Benjamin Netanyahu, de acordo com um correspondente da AFP



Netanyahu denunciou o fato de os prisioneiros palestinos libertados esta semana serem recebidos como "heróis" pelo presidente palestino Mahmud Abbad

Várias disputas, especialmente a expansão dos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia e o status do vale do Jordão, devem pesar nas reuniões de John Kerry.

Sua visita também coincide com uma onda de violência na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Um palestino de 85 anos morreu nesta madrugada depois de inalar gás lacrimogêneo usado pelo exército israelense para dispersar uma manifestação no norte da Cisjordânia, e em Gaza, um palestino de 16 anos ficou gravemente ferido nesta quinta-feira por tiros israelenses perto do muro de segurança com Israel.

O presidente Abbas, que receberá Kerry sexta-feira em Ramallah, ameaçou acionar organismos internacionais contra o "câncer da colonização" israelense.

Ele também reiterou a sua recusa a "qualquer presença militar israelense em territórios pertencentes ao Estado independente da Palestina", referindo-se ao Vale do Jordão, nas fronteiras da Cisjordânia e Jordânia.

De acordo com o jornal israelense Maariv, durante sua última visita em dezembro, John Kerry propôs "uma presença militar israelense limitada a pontos de passagem sobre o Rio Jordão", mas Israel já rejeitou estes acordos.

Uma comissão ministerial israelense adotou no domingo um projeto de lei apresentado pela direita ultra-nacionalista, que prevê a anexação do Vale do Jordão, mesmo em caso de acordo de paz.

Embora tenha principalmente valor simbólico, este projeto tem sido denunciado pelos palestinos, que só aceitam a presença de uma força internacional no Vale do Jordão.

"O acordo proposto (por Washington) limita a soberania palestina sobre o solo palestino", insistiu nesta quinta-feira um líder da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Yasser Abed Rabbo, em um comunicado.

"O que realmente faria avançar as discussões seria desenhar as fronteiras entre Israel e um Estado palestino com base nas fronteiras de 1967 (...), e estabelecer um calendário claro para a retirada (de Israel) de todo o território palestino", argumentou Abed Rabbo.

Nesta manhã, uma delegação de deputados da direita e da extrema-direita, liderada pelo ministro do Interior Gideon Saar, inaugurou um assentamento judaico no Vale do Jordão, "que é e continuará a ser israelense", disseram.

De acordo com uma pesquisa divulgada terça-feira pela Universidade Hebraica de Jerusalém, 51% dos israelenses acreditam que os esforços dos Estados Unidos irão falhar, contra apenas 39% que pensam que terão resultados.