O embaixador da Grã-Bretanha, Tom Fletcher, também expressou sua "condenação ao ataque desumano em Beirute", acrescentando que "os civis libaneses voltam a ser vítimas" da série de atentados no país. Os canais de televisão exibiram imagens das fachadas dos prédios destruídas e ao menos dois carros queimados.
Uma multidão em pânico tentava escapar do local do atentado, em uma região densamente povoada, enquanto os serviços de emergência tentavam abrir caminho.
O atentado aconteceu por volta das 16H15 (12H15 no horário de Brasília) em Al-Aarid, onde há muitas lojas.
Segundo a televisão do Hezbollah Al-Manar, o atentado aconteceu "a 200 metros do Conselho Político do Hezbollah", mas descartou que este teria sido o alvo.
"Um atentado teve como alvo, sem discernimento, uma zona residencial", indicou o canal, que pediu aos moradores locais que não se aproximem por medo de um segundo ataque, como foi o caso do duplo atentado suicida em frente à embaixada do Irã em novembro, mas também para permitir que as equipes médicas cheguem ao local.
Antes da guerra de 2006, que opôs o Hezbollah e Israel, seu inimigo jurado, o setor de Haret Hreik era "o perímetro de segurança" do movimento xiita, o que significa que a região abrigava as principais instituições do partido.
[SAIBAMAIS]O ataque desta quinta-feira também ocorreu perto dos antigos estúdios da Al-Manar. Vários ataques atingiram Beirute e o norte do Líbano desde julho, visando principalmente redutos do Hezbollah, cujos membros combatem os rebeldes ao lado do exército do regime sírio.
Em 19 de novembro, um duplo atentado suicida reivindicado por um grupo ligado à Al-Qaeda atingiu a embaixada do Irã, um aliado de Damasco, deixando 25 mortos.
Em 23 de agosto, dois ataques com carro-bomba contra mesquitas sunitas em Trípoli mataram 45 pessoas. Em 15 de agosto, 27 pessoas foram mortas na explosão de um carro nos subúrbios ao sul de Beirute, e em 9 de julho, um carro-bomba causou cinquenta feridos no mesmo local.
Na semana passada, Hariri acusou o Hezbollah do ataque contra Chatah que custou a vida de outras sete pessoas. Mas o Hezbollah negou qualquer envolvimento.
O assassinato de Chatah exacerbou as divisões já profundas no Líbano entre partidários e opositores do regime sírio, mas também as tensões entre xiitas representados pelo Hezbollah e sunitas representados por Saad Hariri.
E acontece no momento em que o Líbano não tem governo, em razão das profundas rivalidades em relação ao conflito na Síria.