Bagdá - O primeiro-ministro iraquiano Nuri al-Maliki anunciou nesta terça-feira (31/12) que o exército vai se retirar da província de Al-Anbar, em uma tentativa de evitar uma escalada de violência depois do fechamento de um acampamento de manifestantes antigovernamentais, indicou um comunicado oficial. Esta retirada é uma das exigências de dezenas de deputados que haviam apresentado demissão depois do desmantelamento do acampamento em Ramadi, na província de Al Anbar (oeste).
O acampamento foi instalado há um ano por sunitas contrários a Maliki, de etnia xiita. Quinze pessoas morreram nas últimas 24 horas. Nesta terça-feira (31), foram registrados novos choques com um resultado de quatro mortos. Na véspera, o governo do Iraque anunciou que as forças de segurança dissolveram o maior acampamento de opositores sunitas considerado uma espécie de QG da Al-Qaeda.
A ação policial provocou uma onda de confrontos em Ramadi, onde mesquitas convocavam seus fiéis para uma guerra santa. Como consequência do fim do acampamento, 44 deputados iraquianos apresentaram sua demissão. A entrega dos cargos também é uma reação à prisão, no último sábado, de um político sunita.
Os episódios de violência podem aumentar a indignação da população sunita - minoria no Iraque - que há um ano protesta contra as discriminações feitas pelo governo central.