Agência France-Presse
postado em 29/12/2013 18:45
Londres - O jogador francês Nicolas Anelka, que protagonizou mais um episódio polêmico em sua carreira ao comemorar neste sábado um gol com um gesto considerado antissemita na França, pode receber uma dura punição da Federação Inglesa (FA) de futebol, que neste domingo anunciou investigar o caso.
Ao ser interrogada pela AFP, a FA informou que vai "investigar o gesto de Anelka" e que o punição pode ser dura para o jogador francês.
[SAIBAMAIS]Uma nova norma foi introduzida em maio de 2013, permitindo à FA punir com pelo menos cinco jogo de suspensão (10 em caso de reincidência) qualquer jogador que apresente comportamento considerado descriminatório por juízes federais.
Na partida entre a equipe do jogador, o West Bromwich, e o West Ham (3-3) no sábado, após marcar o primeiro de seus dois gols, Anelka fez um gesto conhecido por "quenelle", que consiste em abaixar um braço e cruzar o outro, colocando a mão na altura do ombro.
"Quenelle" foi criado pelo polêmico humorista francês Dieudonné, condenado em várias ocasiões por seus comentários racistas e antissemitas e sua negação ao Holocausto.
Anelka admitiu no Twitter que fez o "quenelle" - após marcar o primeiro gol do West Bromwich sobre o West Ham (3-3) - como uma "homenagem especial a seu amigo humorista Dieudonné", mas negou sua intenção antissemita.
Neste domingo, novamente pelo Twitter, o jogador insistiu que o gesto não era antissemita, e que não sabia " o que a religião tem a ver com este assunto".
Anelka acusou os ministros que se manifestaram sobre o caso de provocar "confusão e polêmica sem saber realmente o que significa o gesto" e garantiu que não é "nem antissemita, nem racista".
No sábado, a ministra francesa dos Esportes, Valérie Fourneyron, qualificou o gesto de "provocação chocante e repugnante", e exigiu o fim do ódio nos campos de futebol.
Já o técnico do West Bromwich, Keith Downing, chamou a polêmica de "lixo" e estimou que Anelka desejou apenas homenagear um amigo.
Anelka, 34 anos, já se envolveu em várias polêmicas, a mais conhecida durante a Copa do Mundo da África do Sul 2010, quando foi expulso da seleção francesa por ofender o técnico Raymond Domenech, o que gerou uma greve dos jogadores em apoio ao companheiro.