A missa pela família, convocada anualmente pelo Arcebispado de Madri, chegou a reunir centenas de milhares de fiéis durante o governo do socialista José Luis Rodríguez Zapatero, quando os alvos eram as reformas envolvendo o casamento gay (2005) e a lei sobre o aborto (2010), que autoriza a interrupção da gravidez nas primeiras 14 semanas, ou 22 semanas em caso de problemas com o feto.
Cumprindo a promessa da campanha eleitoral de 2011, o governo de Mariano Rajoy apresentou em 20 de dezembro passado um projeto de lei que limita o aborto aos casos de risco de vida, ameaça à saúde psíquica ou psicológica da mulher, e situação de estupro.
É provável que o texto seja aprovado no Parlamento, onde o Partido Popular (PP, conservador) tem maioria absoluta.
Em um palco dominado por uma enorme cruz branca, o arcebispo de Madri, Antonio María Rouco Varela, lamentou a falta de um compromisso sólido na vida pessoal. "Nem mesmo o dom da vida se entende como definitivo e inviolável e, portanto, também não o dom do amor".