Nova York - É improvável que a Síria consiga cumprir a data limite de 31 de dezembro para retirar do país suas armas químicas mais perigosas, admitiu no sábado (28/12) a ONU pela primeira vez. A ONU e a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) disseram ter alcançado avanços importantes na eliminação destas armas, mas convocaram o governo do presidente Bashar al-Assad a intensificar os esforços para cumprir com os compromissos internacionais.
A data limite de 31 de dezembro estava incluída no acordo alcançado por Rússia e Estados Unidos, e apoiado pelo Conselho de Segurança da ONU, para destruir todo o arsenal químico da Síria até junho, mas o processo atrasou, sobretudo por problemas de segurança neste país, atingido pela guerra. "Os preparativos continuam para transportar a maior parte do material químico chave da Síria para sua destruição no exterior. No entanto, neste momento a transferência do material químico mais crucial antes de 31 de dezembro é improvável", indicou o comunicado conjunto das Nações Unidas e OPAQ.
A guerra civil síria, problemas logísticos e o mau tempo afetaram a operação para retirar os agentes químicos pelo porto de Latakia, afirmou o texto. Em um comunicado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que a operação de destruição de armas na Síria havia passado por avanços efetivos, como mostram as "conquistas constantes no cumprimento das metas fixadas nos últimos três meses".
A missão conjunta "continua trabalhando de forma estreita e intensiva" junto ao governo sírio e a outros países nas operações de destruição dos arsenais, acrescenta o comunicado, divulgado pelo porta-voz das Nações Unidas, Martin Nevirsky. Segundo o acordo internacional, o material será levado a um porto italiano, de onde será transportado a um barco da marinha de guerra americana, que o destruirá no mar, segundo diplomatas.
O acordo para eliminar mais de 1.000 toneladas de agentes químicos evitou uma incursão militar dirigida pelos Estados Unidos em resposta a um ataque com armas químicas em agosto passado perto de Damasco, que, segundo Washington, deixou 1.400 mortos.