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Trégua perto de Damasco é suspensa; bombardeios continuam em Aleppo

Entre 15 e 25 de dezembro, os bombardeios do governo sobre a cidade que já foi o centro econômico da Síria deixaram 422 mortos - civis em sua maioria -, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos

A trégua anunciada no Natal em uma localidade na periferia de Damasco terminou nesta quinta-feira (26/12), enquanto a Força Aérea continuava bombardeando, pelo 12o dia consecutivo, os bairros rebeldes de Aleppo e sua província, no norte do país.

Entre 15 e 25 de dezembro, os bombardeios do governo sobre a cidade que já foi o centro econômico da Síria deixaram 422 mortos - civis em sua maioria -, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Em Muadamiyat al Sham, ao sudoeste de Damasco, os confrontos desta quinta à tarde encerraram a trégua da véspera, firmada pelo regime e pelo comitê local da cidade, cercada há um ano.

A oposição acusou o Exército do presidente sírio, Bashar al-Assad, de romper o cessar-fogo.

"Abriram fogo sem motivo com metralhadoras pesadas. Isso significa que há membros do regime que se negam a suspender o cerco", disse à AFP o militante que se identificou como Ahmad. "Por isso, os combates foram retomados", acrescentou.



A Comissão Geral da Revolução Síria, uma rede de militantes presente no terreno, confirmou os ataques e anunciou que o Exército enviou "significativos reforços" para a cidade.

Na quarta-feira, a trégua entrou em vigor, e os moradores aceitaram hastear, por três dias e como um gesto de boa vontade, a bandeira do governo no reservatório de água da cidade, explicou Abu Malek, responsável pelo conselho municipal.

"A comida deveria ter sido enviada nesta quinta-feira para a localidade, mas não chegou nada", reclamou Ahmad.

Em Aleppo, a Força Aérea lançou barris de explosivos sobre o bairro de Hanano (leste) e lançou um bombardeio contra Daret Eza, uma localidade dessa província, segundo o OSDH.

União Europeia, Estados Unidos e Liga Árabe condenaram esses bombardeios, chamados de "ilegais" pela organização Human Right Watch.