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Ataques aéreos contra cidade síria de Aleppo deixam 400 mortos em dez dias

Os bombardeios desta quarta-feira foram direcionados contra dois bairros do leste de Aleppo, Sakhur e Khabal Badro



Beirute - Os bombardeios aéreos contra setores rebeldes da cidade de Aleppo (norte da Síria) e sua província deixaram em dez dias um total de 401 mortos, entre eles 117 crianças, segundo um balanço de uma ONG. "De 15 a 24 de dezembro incluídos morreram 401 pessoas, entre elas 117 crianças, 34 mulheres e 30 rebeldes", segundo o balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido.

Os bombardeios desta quarta-feira foram direcionados contra dois bairros do leste de Aleppo, Sakhur e Khabal Badro, e a aviação lançou barris de TNT contra Nakrin, uma localidade da província.

Nesta cidade, os rebeldes e jihadistas travam combates contra o exército sírio, que conta com a ajuda da milícia das Forças de Defesa nacionais e de combatentes xiitas libaneses do Hezbollah. A União Europeia e a Liga Árabe pediram nesta quarta-feira o fim imediato destes ataques.
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A representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, disse estar muito preocupada com os bombardeios e com o uso de barris de TNT, de efeitos devastadores em zonas muito povoadas, afirmou seu gabinete em um comunicado.

No documento, também pediu o fim imediato da violência, lembrou que é obrigatório respeitar os direitos humanos e apelou para que todas as partes participem da conferência de paz prevista para janeiro na Suíça.

Por sua vez, Nabil al-Arabi, secretário-geral da Liga Árabe, pediu nesta quarta-feira que "o exército sírio coloque fim aos bombardeios aéreos" contra Aleppo e com a morte de "centenas de civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres".

Além disso, voltou a apelar para que o Conselho de Segurança assuma suas responsabilidades para colocar fim à guerra na Síria.

Em sua primeira bênção "Urbi et Orbi" transmitida nesta quarta-feira a partir da Praça de São Pedro, o papa Francisco pediu o fim da violência na Síria e a garantia de acesso do país à ajuda humanitária.

"Continuemos a pedir ao Senhor que poupe novos sofrimentos ao amado povo sírio, e as partes em conflito ponham fim a toda a violência e assegurem o acesso à ajuda humanitária", clamou o Papa latino-americano a partir do balcão da Basílica, o mesmo local de onde apareceu pela primeira vez como pontífice no dia 13 de março após sua eleição ao trono de Pedro.

Trégua em Muadamiyat al Sham

O regime e os rebeldes alcançaram nesta quarta-feira uma trégua em Muadamiyat al Sham, uma localidade periférica do sudoeste de Damasco, assediada e bombardeada há um ano, informou um membro do comitê local da cidade.

"Nesta quarta-feira entrou em vigor uma trégua e os habitantes aceitaram içar durante três dias a bandeira do regime nas caixas d;água da cidade, como sinal de boa vontade", disse à AFP Abu Malek.

"Está previsto que seja enviado comida à localidade na quinta-feira. Se isso acontecer, entregaremos nossas armas pesadas, mas o exército do regime não voltará a entrar em nossa cidade", acrescentou.

Uma fonte próxima ao regime confirmou a trégua, mas não mencionou a retirada do exército, mas o contrário, disse que o exército deveria entrar para garantir a entrega de todas as armas pesadas.

Cerca de 3.800 habitantes, em sua maioria mulheres, crianças e idosos, foram evacuados de Muadamiyat al Sham em outubro.