Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou nesta segunda-feira (23/12) de "inaceitáveis" as escutas das comunicações de seu antecessor Ehud Olmert praticadas pelos serviços de inteligência americanos, reveladas pela imprensa.
"Dadas as relações próximas entre Estados Unidos e Israel, há coisas que não podem ser feitas e que, para nós, são inaceitáveis", disse Netanyahu em uma reunião de deputados de seu partido. O chefe do governo conservador pediu para "verificar as informações" da imprensa.
Segundo documentos revelados pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden e citados pelo New York Times, a Agência de Segurança Nacional (NSA) espionou entre 2008 e 2011 o então primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e a seu ministro de Defesa, Ehud Barak.
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O ministro israelense de Inteligência, Yuval Steinitz, já tinha condenado no domingo essa atitude de um país aliado. "Nós não espionamos o presidente dos Estados Unidos ou a Casa Branca", declarou.
Israel e Estados Unidos concordaram em evitar se espionar mutuamente depois da prisão, em 1985, de Jonathan Pollard, um especialista da Marinha americana que transmitiu a Israel milhares de documentos secretos sobre as atividades de espionagem dos Estados Unidos no mundo árabe.
Pollard foi condenado à prisão perpétua, mas as revelações dos documentos de Snowden reativaram em Israel os pedidos por sua libertação.
Netanyahu recebeu nesta segunda-feira a esposa de Pollard e reiterou "os esforços realizados por Israel" para obter a libertação de seu marido. Netanyahu afirmou que esses esforços "não estão vinculados aos últimos acontecimentos". Pollard obteve a nacionalidade israelense em 1995.