Não é o que pensa o carioca David Michael Miranda, que tornou-se porta-voz de Snowden e coordenador de uma campanha pela concessão de asilo político ao ex-agente. Para ele, as revelações deixam claro que os EUA têm a meta de invadir todas as formas de comunicações. ;Eles não precisam de uma razão para atingir alguém em particular. E veem todas as comunicações como propriedade; eles as coletam, as armazenam e as monitoram;, afirmou ao Correio, por e-mail. ;É isso o que torna o sistema de vigilância tão perigoso e uma ameaça profunda aos direitos humanos básicos. Como pode ser possível espionar o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância)? Os EUA se queixarão que há terroristas no Unicef?;, ironizou. A agência da ONU se recusou a comentar as denúncias.
Miranda acredita que a coalizão internacional contra o sistema NSA-GCHQ cresce exponencialmente. ;A cada semana, mais nações se unem a nós. Eu adoraria ver o Brasil liderar essa defesa da privacidade;, disse. ;Uma das coisas mais importantes que o Brasil pode fazer é proteger os direitos humanos de Snowden, pois o modo como ele protegeu os nossos direitos humanos foi um ato de coragem.; De acordo com dossiês de 2009, nem mesmo o principal aliado da Casa Branca foi poupado. Os e-mails do então premiê de Israel, Ehud Olmert, e do ministro da Defesa, Ehud Barak, teriam sido grampeados. Em entrevista ao New York Times, Olmert garantiu que o endereço eletrônico era um ;alvo inexpressivo;. ;Eu ficaria surpreso se houvesse qualquer tentativa da inteligência americana de ouvir as linhas do primeiro-ministro.;
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