A Agência de Segurança Nacional (NSA) americana e sua correspondente britânica espionaram um grande número de personalidades entre 2008 e 2011, entre elas o então primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, indicou nesta sexta-feira (20/12) o New York Times.
O jornal americano informou que a NSA e a britânica GCHQ vigiaram mais de mil personalidades em cerca de 60 países durante esses três anos, de acordo documentos revelados pelo ex-analista da NSA, Edward Snowden.
Olmert, o então ministro israelense da Defesa Ehud Barak e Almunia, encarregado de questões antimonopólio, aparecem nessas listas, segundo o Times.
Almunia, que entrou em rota de colisão com a Google por reprovar a maneira como opera seu motor de buscas, disse ao jornal que ficou "muito incomodado" com as revelações.
A NSA não confirmou ou negou as informações, mas insistiu que sua vigilância não é usada para ajudar empresas americanas.
"Como dissemos anteriormente, não usamos nossa capacidade de inteligência no exterior para roubar segredos de empresas estrangeiras com o intuito de beneficiar empresas americanas", disse a porta-voz da NSA, Vanee Vines.
A NSA e a GCHQ também vigiaram várias missões na sede da ONU em Genebra, como o Unicef ou a organização não-governamental Médicos do Mundo, segundo o New York Times.
Em um relatório divulgado na quarta, especialistas convocados pelo presidente americano, Barack Obama, se mostraram favoráveis a uma revisão profunda dos programas de vigilância da NSA, e pediram particularmente que exista uma cooperação mais profunda com os aliados dos Estados Unidos em matéria de espionagem.