A África do Sul suspendeu a exploração de petróleo e gás na costa leste do país, depois de uma reclamação sobre o impacto da poluição sonora subaquática para a vida marinha, informou uma autoridade nesta quinta-feira (19/12).
A estatal Agência de Petróleo da África do Sul (Pasa) suspendeu as análises sísmicas ao longo de um trecho intocado da costa, à espera de discussões entre empresas internacionais de petróleo e ambientalistas, que deram o alerta sobre os testes fora da temporada.
"A agência considerou imperativo suspender as operações de sísmica até que o processo de consultas tenha sido concluído, e um relatório, submetido à agência esta semana", disse à AFP a porta-voz Althea Adonis.
As companhias compilam um mapa tridimensional do leito marinho, reproduzindo sons de ondas nas formações rochosas submarinas para detectar depósitos. Esta semana, o consultor ambiental Paul Martin apresentou uma reclamação à Pasa sobre o não conformidade com um programa de gestão ambiental.
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O plano permite a inspeção de janeiro a meados de março todos os anos, mas exploradores já tinham começado em dezembro, o que, segundo Martin, comprometeu a migração sazonal de baleias jubarte.
"Esse é o primeiro estágio de exploração de petróleo ao longo da costa, e eles vão e obstruem o primeiro estágio. Eles simplesmente passam por cima do que foi acertado", afirmou à AFP. "Todos queremos o desenvolvimento sustentável, mas se no primeiro estágio aqueles envolvidos não forem consentir com o que está em sua autorização, que confiança temos nele?", continuou.
Cinco companhias internacionais, entre elas a anglo-holandesa Shell e a britânica NewAge African Global Energy, têm licenças para análises sísmicas ao longo da costa leste do país, de Jeffreys Bay a Wild Coast.